sábado, fevereiro 27, 2010

Eventos Enfermagem 2010

Olá pessoal!
Já está disponível no blog, na sessão Eventos 2010, uma lista com os principais eventos Nacionais na área de Enfermagem. Ao longo do ano procurarei manter atualizada a página com novos eventos que ainda não foram divulgados.   
Agora é só se programar e cair na estrada!

Abraços!!!

Divas da Enfermagem: Madeleine Leininger

" O que seria o mundo de hoje sem os serviços de cuidar?”
    - M. Leininger -



Essa grande mulhar é uma teórica norte-americana, graduada em Enfermagem em 1948, tornou-se Bacharel em Ciências no ano de 1950, concluiu o curso de Doutorado em Antropologia em 1965.
Na sua prática profissional trabalhou no meio-oeste dos EUA, em um lar para orientação de crianças e pais (Enfermagem Clínica) onde desenvolveu sua teoria, sendo a primeira enfermeira a doutorar-se em Antropologia. Em 1960, começou a utilizar termos como Enfermagem Transcultural e Etno-Enfermagem.

Leininger, em seus estudos expressa a preocupação de que os enfermeiros não tenham a preparação adequada para a perspectiva transcultural e que não à valorizem também. Apresenta seis tipos de ações de enfermagem: conservação, manutenção, ajustamento, negociação, repadronização e reestruturação do cuidado cultural. Segundo ela, esses modos de ação podem levar ao fornecimento de atendimento de enfermagem melhor adaptado à cultura do cliente, diminuindo o estresse cultural e o conflito potencial entre o cliente e o cuidador.

Na visão de Leineinger, a Enfermagem é uma disciplina de cuidados transculturais humanísticos e uma profissão cujo propósito maior é servir o ser humano. Para ela o paradigma qualitativo proporciona novas formas de saber e diferentes meios de descobrir as dimensões do cuidado humano transcultural que, por sua vez, se constitui numa contribuição especial da Enfermagem à sociedade, com significados científicos, históricos e humanísticos em uma abrangência biofísica, política, social e cultural.

O modelo do sol nascente, proposto pela teórica  serve de guia para o planejamento e a intervenção da Enfermagem e oferece instrumentos teóricos para a adaptação do objeto de trabalho.

Em poucas palavras pode-se dizer que Leininger acredita que:

  • A prática de cuidado é a essência e a dimensão intelectual e unificadora na profissão de Enfermagem;
  • Administração de cuidados é uma prática de profundas raízes culturais e requer, portanto, um conhecimento de base cultural além de suficiente capacitação para sua eficaz aplicação;
  • Não se pode produzir cura sem cuidados, mas pode haver cuidado sem que se produza a cura.

 

sexta-feira, fevereiro 26, 2010

Água na Boca


Lindos docinhos, amei!
 Muito criativos...e ainda por cima são de dar água na boca.

quinta-feira, fevereiro 25, 2010

Divas da Enfermagem: Florence Nightingale

Assim como Lady Gaga, Madonna, Beyonce, Fergie, etc, a Enfermagem também possui em sua história, mulheres que são verdadeira DIVAS!
Pensando nisso, nada poderia ser mais plausível do que dedicar a essas mulheres um espaço especial aqui no Enfermagem Mundo Mix, para contar um pouquinho da trajetória de cada uma e destacar as pricipais das inúmeras conquistas em prol da profissão!



E, para começar nada melhor do que partir do princípio:

(A Dama da Lâmpada)    

Nasceu: Em 12 de maio de 1820 em Florença, Itália.
Faleceu: Em 13 agosto de 1910 em East Wellow, Inglaterra.

     Álbum pessoal de Florence
                                         
Florence Nightingale é mais lembrada por seu trabalho como enfermeira durante a guerra da Criméia e de suas contribuições para a melhoria das condições sanitárias dos hospitais militares de campo. No entanto, o que é pouco conhecido a respeito desta mulher notável foi sua paixão pela matemática, especialmente estatística, e de como esta paixão desempenhou um papel importante em seu trabalho.
Florence gostava das aulas e tinha uma habilidade natural para o estudo. Sob a orientação do seu pai ela teve contato com os clássicos, Euclides, Aristóteles, a Bíblia e assuntos políticos.
Em 1840, Nightingale implorou aos pais que a deixassem estudar matemática ao invés de: fazer tricô ou dançar quadrilha. Após muitas discussões emocionais, os pais de Florence finalmente concordaram e permitiram que ela fosse tutorada em matemática.
Em 07 de fevereiro de 1837 ela achou que ouviu o chamado de Deus, enquanto caminhava no jardim em Embley, embora, nesta época, ela não entendeu o que o chamado significava. Florence desenvolveu um interesse por assuntos sociais fora do tempo, mas em 1845 sua família estava firmemente contra a sugestão dela de ganhar experiência em um hospital. Até então as únicas tarefas de enfermagem que ela tinha feito era cuidar de amigos e parentes doentes. Durante esta época a enfermagem não era tido como uma profissão apropriada para uma moça bem educada. As enfermeiras desta  época além de não ter treinamento tinham a reputação de serem vulgares, ignorantes e dadas a promiscuidade e bebedeiras. 
Foi enquanto fazia uma viagem pela Europa e Egito com amigos da família, em 1849, que surgiu a oportunidade de estudar os diferentes sistemas hospitalares. No inicio dos anos 1850 iniciou seu treinamento como enfermeira do Instituto São Vicente de Paula em Alexandria, Egito, que era um hospital da igreja Católica Romana. Ao retornar a Londres, em 1853, aceitou o cargo, sem pagamento, de Superintendente no "Estabelecimentos para Senhoras Enfermas" no número um da rua Harley.
Em março de 1854 iniciou a guerra da Criméia, com a Inglaterra, França e Turquia declarando guerra a Rússia. Embora os Russos tenham sido derrotados na batalha de Alma River, em 20 de setembro de 1854, o jornal The Times criticou as instalações hospitalares britânicas. Em resposta as estas críticas, seu amigo Sidney Herbert, Secretário Britânico para a Guerra, solicitou, por carta, que Florence se tornasse uma enfermeira administradora para supervisionar a introdução de enfermeiras nos hospitais militares. Seu título oficial era "Superintendente do estabelecimento de  mulheres enfermeiras dos hospitais gerais ingleses na Turquia". 
O fato de ser mulher significava que tinha que lutar com as autoridades  militares a cada passo para levar a
cabo o propósito de reformar o sistema hospitalar. Com condições como soldados deitados no chão bruto, rodeados por insetos e ratos e operações sendo efetuadas em condições anti-higiênicas, não foi surpresa que quando ela chegou a Scutari, doenças como cólera, tifo fossem comuns nos hospitais. Isto significava que soldados feridos tinham sete vezes mais chances de morrer de uma doença hospitalar do que no campo de batalha. Enquanto esteve na Turquia ela coletou dados e organizou um sistema de manutenção de registros que utilizou como uma ferramenta para melhorar as condições dos hospitais civis e militares. Seu conhecimento matemático foi útil para se valer das informações coletadas para o cálculo das taxas de mortalidade nos hospitais. Estes cálculos mostravam que uma melhoria nas condições sanitárias resultaria num decréscimo no número de mortes. Já em fevereiro de 1855 as taxas de mortalidade caíram de 60% pra 42,7%. Através do estabelecimento do suprimento de água fresca bem como da utilização de fundos próprios para comprar frutas, vegetais e equipamentos hospitalares, a taxa de mortalidade na primavera caiu para 2,2%.

Nightingale utilizou os dados estatísticos para criar o diagrama de área polar ou "coxcombs" (cristas) como ela o chamava. Eles eram utilizados para representar graficamente as taxas de mortalidade durante a guerra da Criméia (1854-56).

Em 1860, a Escola de Treinamento Nightingale e a Casa das Enfermeiras baseadas no hospital St. Thomas em Londres, tiveram início com 10 estudantes. As instituições foram baseadas em dois princípios. Primeiro que as enfermeiras deveriam ter treinamento prático em hospitais especialmente organizados para este fim. Segundo que as enfermeiras deveriam viver em uma casa baseada em princípios morais e de disciplina. Devido a fundação desta escola Nightingale conseguiu com que a enfermagem passasse de um passado desprestigiado para uma carreira responsável e respeitável para mulheres. Nightingale prestou, por solicitação do gabinete de guerra britânico assessoria sobre cuidados médicos para as forças armadas no Canadá e foi também consultora do governo americano sobre saúde militar durante a guerra civil americana.
Por uma boa parte do resto da sua vida Nightingale esteve acamada devido a uma doença contraída na Criméia, que a impossibilitou continuar seu trabalho como enfermeira.

Ela publicou cerca de 200 livros, relatórios e panfletos, alguns destes :
 Notes on Nursing (Notas sobre Enfermagem)1860,
 Notes on Hospitals (Notas sobre Hospitais), de 1859,
 e Notes on Nursing for the Labouring Classes (Notas sobre Enfermagem para as Classes Trabalhadoras), de 1861.


A Enfermagem é uma arte; e para realizá-la como arte, requer uma devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso, quanto a obra de qualquer pintor ou escultor; pois o que é tratar da tela morta ou do frio mármore comparado ao tratar do corpo vivo, o templo do espírito de Deus? É uma das artes; poder-se-ia dizer, a mais bela das artes! Florence Nightingale

Ela nunca se casou, embora não tenha sido por falta de oportunidade. Ela acreditava, no entanto, que Deus tinha: ... claramente sinalizado que ela seria uma mulher solteira.

Note a diferença das Enfermarias: antes e depois de Florence



Acesse o site do Museu da Florence, lá você encontrará fotos, curiosidades e notícias atualizadas sobre a eterna Dama da Lâmpada!

terça-feira, fevereiro 23, 2010

Enfermeiro em Unidade de Terapia Intensiva (UTI): Breve Reflexão

Muitas pessoas ao ouvirem o comentário ou receber a notícia que um ente ou aquele amigo querido, foi ou terá que ir pra a “UTI”, são tomadas por uma sensação de medo e insegurança, a qual remete à iminência da morte.
Isso se deve ao fato de que ao longo dos tempos a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), culturalmente foi recebendo o rótulo de um ambiente triste e sombrio, antecessor da morte. O que de fato corresponde à realidade é que este setor hospitalar se trata de um local reservado ao cuidado e tratamento de alta complexidade, destinado a pacientes em situações críticas de vida, com graves desequilíbrios fisiológicos, mas com chances de recuperação e também ao monitoramento daqueles que apresentam um quadro de morte encefálica.
Vila e Rossi (2002, p. 01) citam que as Unidades de Terapia Intensiva surgiram a partir da necessidade de aperfeiçoamento e concentração de recursos materiais e humanos para o atendimento a pacientes graves, em estado crítico, mas tidos ainda como recuperáveis, e da necessidade de observação constante, centrando os pacientes em um núcleo especializado.
Em vista disso, a UTI por ser uma unidade de alta complexidade a qual requer conhecimentos e habilidades específicas, exige que o enfermeiro desenvolva diversos papéis durante o seu processo de trabalho.
Em primeiro lugar, é imprescindível que o profissional enfermeiro esteja adequadamente capacitado a prestar todo o cuidado necessário ao paciente em situações críticas de vida, além é claro de estar preparado para trabalhar em equipe e gerenciar de maneira mais adequada possível todos os recursos, sejam eles de origem material ou humana.
Para exemplificar cada atribuição, se pode citar como papéis fundamentais ao enfermeiro em UTI: 
A administração da assistência e da unidade; o cuidado de pacientes e familiares de forma humanizada, o gerenciamento de recursos humanos e materiais, o trabalho em equipe multiprofissional, a promoção da educação em serviço e atualização constante da equipe de enfermagem, a abertura a novas terapêuticas e formas de cuidar e a responsabilidade pela sistematização da assistência de enfermagem.
Segundo Vargas e Braga (2006, p.03) o conhecimento necessário para um enfermeiro de UTI vai desde a administração e efeito das drogas ate o funcionamento e adequação de aparelhos, atividades estas que integram as atividades rotineiras de um enfermeiro desta unidade.
Sem dúvida, é de extrema importância que o enfermeiro intensivista tenha perspicácia, habilidade, atenção, domine e tenha conhecimento referente a todos os equipamentos e técnicas complexas que são de sua competência. Por outro lado, bem mais do que o cuidado mecânico e rotinizado, acredito que o papel fundamental de nossa profissão esteja presente também no olhar sensível e diferenciado, voltado não somente ao corpo e suas enfermidades, mas ao ser que ali se encontra, consciente ou não.
Portanto, para finalizar esta breve reflexão acerca do papel do enfermeiro em UTI cabe deixar claro que muitos são os desafios da profissão no exercício de um cuidado de qualidade ao paciente crítico, haja vista a atuação profissional em um cenário no qual a vida e a morte se encontram muito próximas e o equilíbrio entre a racionalidade e a sensibilidade tem de estar em constante alerta e aperfeiçoamento.


Sugestão de leitura para quem se interessa neste tema:





sábado, fevereiro 20, 2010

Enfermagem e suas Simbologias



Trago neste post os significados dados aos símbolos utilizados pelo curso de Enfermagem. Vale lembrar que toda simbologia, assim como o juramento profissional, são regulamentados pela Resolução COFEN-218/1999.

• Lâmpada: caminho, ambiente;
• Cobra: magia, alquimia;
• Cobra + cruz: ciência;
• Seringa: técnica
• Cor verde: paz, tranqüilidade, cura, saúde
- Pedra Símbolo da Enfermagem: Esmeralda
- Cor que representa a Enfermagem: Verde Esmeralda
- Símbolo: lâmpada, conforme modelo apresentado abaixo
- Brasão ou Marca de anéis ou acessórios:


O JURAMENTO do curso é o seguinte:

"SOLENEMENTE, NA PRESENÇA DE DEUS E DESTA ASSEMBLÉIA, JURO:
DEDICAR MINHA VIDA PROFISSIONAL A SERVIÇO DA HUMANIDADE, RESPEITANDO A DIGNIDADE E OS DIREITOS DA PESSOA HUMANA, EXERCENDO A ENFERMAGEM COM CONSCIÊNCIA E FIDELIDADE; GUARDAR OS SEGREDOS QUE ME FOREM CONFIADOS; RESPEITAR O SER HUMANO DESDE A CONCEPÇÃO ATÉ DEPOIS DA MORTE; NÃO PRATICAR ATOS QUE COLOQUEM EM RISCO A INTEGRIDADE FÍSICA OU PSÍQUICA DO SER HUMANO; ATUAR JUNTO À EQUIPE DE SAÚDE PARA O ALCANCE DA MELHORIA DO NÍVEL DE VIDA DA POPULAÇÃO; MANTER ELEVADOS OS IDEAIS DE MINHA PROFISSÃO, OBEDECENDO OS PRECEITOS DA ÉTICA, DA LEGALIDADE E DA MORAL, HONRANDO SEU PRESTÍGIO E SUAS TRADIÇÕES".


Além disso, existe regulamentada, inclusive uma canção símbolo do curso de Enfermagem, o Hino da profissão, esta é entitulada "Amor e Luz", e foi vencedora do Festival Nacional sobre Profissionais da Vida.

"Amor e Luz"
Autores: W. Luz / n. Farias
Amor e Luz
A mão que toca e faz
A dor fica menor
O seu olhar afaga
Amor e Luz
No silêncio das noites
O guardião da vida
Basta você chamar
Vive a vida
Pra tantas vidas
Muitas vezes sem saída
Nem o tempo cura as vezes essas feridas
Mas um sedativo é sempre o ombro amigo
Nem o tempo cura as vezes essas feridas,
Mas um sedativo é sempre o ombro amigo
O Enfermeiro, a Enfermeira
Transcendem suas lutas pelos leitos
O Enfermeiro, a Enfermeira
Já é eleito em nossos corações amor e luz
Amor e Luz
Amor e Luz, uma bandeira branca avisa
A vida sempre vale mais
Amor e Luz
Amor e Luz, chama acesa
Vida em tantos hospitais
Vive a vida...

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

Bicho de Sete Cabeças

O filme “O Bicho de Sete Cabeças” tem a sua história permeada por conflitos e dilemas relacionados ao sofrimento psíquico de um jovem e a sua trajetória por instituições de reclusão. Após a descoberta do uso de drogas, o protagonista Neto, um jovem brasileiro, se vê lançado pela família a um serviço de saúde o qual supostamente o libertaria das drogas e das atitudes não aceitas pela sociedade.
Descrevendo sob a ótica não crítica poder-se-ia dizer que toda a trama não passaria de uma situação corriqueira de internação para a recuperação e desintoxicação de um dependente químico. No entanto, quem tem a oportunidade de visualizar o enredo em todo o seu contexto, tem a chance de se sensibilizar, outrora se horrorizar e principalmente se indignar com os moldes da espécie de tratamento ao paciente realizada pelos serviços e pelos profissionais da saúde.
O expectador tem a possibilidade de experenciar um pouco de cada personagem e com isso questionar-se: O que leva um jovem ao envolvimento com práticas ilícitas como o uso de drogas e ao comportamento à beira da marginalização? O que leva os pais ao desespero, a atitudes rigidamente paradoxais com o intuito de ajudar e recuperar um filho, aparentemente viciado e sem perspectivas? Estes, para mim, além da questão da institucionalização do doente mental, foram dois impasses que permaneceram borbulhando em minha mente após a sessão. As indagações são tantas que se fosse possível problematizá-las uma a uma, detalhe por detalhe, acabaríamos por nos perder e “endoidecer” ainda mais no meio de tantas opiniões divergentes e polêmicas.
Quais os culpados ou o culpado? Qual o papel de cada segmento: a família, a sociedade, os profissionais da saúde? Até que ponto um ou outro contribuiu para que Neto mergulha-se num poço totalmente vazio e escuro que o levaria a perda de seu próprio eu e de sua dignidade?
O certo é que para mim, enquanto cidadã e acadêmica de enfermagem, atenta e comprometida com os preceitos e práticas em voga no que diz respeito à Saúde Mental em nosso país, posso dizer que o o filme mostrou uma realidade já não mais majoritária, mas que predominou até décadas atrás e deixou grandes cicatrizes que permanecem impressas nas atitudes e pensamentos de muitas pessoas e profissionais da saúde até os dias atuais. Isso porque, um muro se constrói instantaneamente a partir do momento em que uma pessoa é diagnosticada com alguma patologia mental ou com alguma dependência química.
Neto representou a estigmatização a qual aponta o pseudoconceito de que “loucos” são um perigo, e que precisam ser afastados a um mundo à parte, para que não interfiram negativamente no cotidiano das pessoas ditas “normais”.
É no sentido de apontar novas atitudes e aproximar a teoria da pratica que muito se tem investido em estudos, leis, programas, encontros, educação continuada de profissionais da saúde e sensibilização da população leiga em relação à promoção da saúde mental e dos direitos do portador de sofrimento psíquico.
Pouca gente tem conhecimento, mas em 6 de abril de 2001, foi sancionada a Lei Nº 10.216 que dispõem sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Para exemplificar, um dos direitos assegurados em teoria pela Lei é o tratamento humanizado e o respeito com a pessoa portadora de transtorno mental, visando alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade.
 Com essa descrição, podemos observar que se trata de condições totalmente às avessas do que foi apresentado pelo filme.
Além disso, outra conquista que representa mais um passo pela adesão a um arquétipo mais humano e integral é a Carta de Direitos dos Usuários e Familiares de Serviços de Saúde Mental A mesma vai de encontro aos modelos manicomiais e aos métodos cruéis, assassinos dos valores e da identidade humana, como o uso de camisa de força, abuso físico e moral, superdosagem de medicamentos, entre outros comportamentos degradantes. Do mesmo modo que apóia a inserção da família, o bem estar físico, mental e emocional do paciente, a assistência prestada em ambientes o menos restritos possíveis, a participação em grupos de auto-ajuda e centros de convivência, enfim medidas que visem à manutenção da integridade moral principalmente como um cidadão igual aos demais, portador de direitos e deveres.
Em vista do que foi exposto, acredito que a enfermagem já está sendo grande figura no movimento em prol do cumprimento dos direitos do portador de doença mental, principalmente no que diz respeito à Política Nacional da Humanização e a prevenção dos agravos á saúde mental.
Com certeza, é um grande passo a formação humanizadora e integralista que vivenciamos em nossa graduação, afinal é a partir principalmente destas ferramentas que poderemos entender melhor a importância da preservação da dignidade e dos elementos que compõe o meio social e emocional do indivíduo.
Portanto, para que seja possível a extinção do “bicho de sete cabeças” o qual se construiu em torno de atitudes consideradas frutos da loucura, é mister que a enfermagem coloque todos os conceitos estudados em prática, e acima de tudo, preze por um cuidado livre de maus tratos, pela escuta terapêutica e pela transposição da barreia que separa o doente mental da vida plena em sociedade.

Para maiores informações, acesse:



quinta-feira, fevereiro 18, 2010

A infância no contexto da AIDS

O período da infância é um marco de extrema relevância para a formação do ser humano, sendo esta uma fase de descobertas e “concretização do seu potencial físico, cognitivo, emocional e afetivo”. Enfim, a infância é caracterizada como momento no qual as transformações e as vivências do ser-criança e o modo como transcorre esse período da vida, terá grande reflexo na formação do ser-adulto.
Em vista disso, há uma grande preocupação por parte da Enfermagem em desenvolver pesquisas que possam auxiliar na compreensão e no cuidar da criança com HIV/AIDS. Um exemplo é o artigo “Reflexões acerca do ser-criança e do cuidado de enfermagem no contexto da Aids”. Esse estudo utilizou para reflexão a Teoria da Enfermagem Humanística de Paterson e Zderad, com o intuito de oferecer subsídios para a realização de reflexões frente às diversas situações que constituem o mundo do ser-criança no contexto da AIDS e para que o repensar do cuidado em Enfermagem, nessa temática se faça possível.
Uma informação de extrema relevância abordada por este artigo é que estamos frente à primeira geração de crianças que convivem com o HIV/AIDS desde o nascimento. A partir desta afirmação, emergem em nosso pensamento, centenas de questionamentos, como por exemplo: como a sociedade está preparada em termos políticos-organizacionais para amparar socialmente estas crianças e suas famílias? Em que nível está o preparo dos profissionais da saúde, mais especificamente o preparo do profissional enfermeiro para atuar e orientar essa clientela frente a dilemas, diria eu bem mais éticos e emocionais, do que propriamente técnicos e clínicos?
Além disso, há de ser levado em consideração que, infelizmente, a pessoa portadora de HIV/AIDS, neste caso o ser-criança, indiretamente estará vulnerável a uma série de preconceitos e estigmas, que a sociedade histórica e culturalmente construiu em torno desta doença. Portanto, o cuidado em Enfermagem, de acordo com minhas percepções, deverá estar implicado com a interação e com o incentivo e incremento das potencialidades do ser-criança com HIV-AIDS, principalmente no auxílio à compreensão e construção de uma vida com a melhor qualidade possível.

Nesse endereço você encontra o artigo mencionado na íntegra:
http://www.seer.ufrgs.br/index.php/RevistaGauchadeEnfermagem/article/viewFile/4472/2406

Cidadãos Peregrinos

Depois de algum tempo sem postagens,( motivo férias, hehe), retorno trazendo uma breve opinião como futura profissional da saúde a respeito da real situação do usuário do SUS em nosso país. Vale a pena ler e refletir!

Cidadão Peregrinos: Os “Usuários” do SUS e os Significados de sua Demanda a Prontos- Socorros e Hospitais no Contexto de um Processo de Reorientação do Modelo Assistencial é um artigo que expõe objetiva e criticamente os resultados de uma pesquisa realizada com o intuito de desvelar alguns dos inúmeros porquês que levam os usuários do SUS a preferirem pronto-socorros hospitalares superlotados e caóticos à assistência em Unidades de Atenção Primária, como os Programas de Saúde da Família.
A temática abordada é uma questão crucial, quando o que se trata é a reorganização dos modelos assistências de saúde. As tendências atuais, muito divulgadas pela mídia e também por publicações científicas, como a supracitada, têm destacado justamente a repercussão negativa que as propostas em vigor representam na prática aos cidadãos brasileiros. A nossa legislação, no papel, garante o direito ao acesso e à todo e qualquer tipo de atendimento de saúde atendendo os princípios constitucionais de universalidade, equidade e integralidade, a começar pela atenção primária.
O que de fato acontece é uma estagnação do que poderia estar sendo transformado em dinamismo e resolutividade em prol da saúde brasileira.
Pronto-socorros superlotados compostos por um cenário de filas e horas intermináveis de espera, pessoas doentes em estado de desespero, profissionais sobrecarregados com a alta demanda, enfim o que leva um sujeito a preferir atendimento em um local onde as condições se apresentam totalmente estressantes e adversas ao bem estar humano?
O artigo sugerido revela o discurso de quem sente na pele a dolorosa luta de peregrinar em busca de alívio para suas moléstias.

Neste link, você acessa o artigo na íntegra: